24 December 2015, Heiner Goebbels, Questao de Critica
Text (pt)

Estética da ausência

questionando pressupostos básicos nas artes performativas

"...No teatro tradicional, que se baseia na literatura, e na ópera, indivíduos na plateia reconhecem a si mesmos no ator ou cantor ou dançarino em cena; eles se identificam com os performers e espelham-se neles. Isso obviamente não funciona em Stifters Dinge, e raramente funciona em minhas primeiras peças. Em vez de oferecer uma autoconfirmação tanto ao sujeito que performa como àquele que percebe, um “teatro da ausência” pode ser capaz de oferecer uma experiência artística (e aqui eu me refiro a uma publicação recente de André Eirmann intitulada Postspektakuläres Theater) que não necessariamente se situa em um encontro direto (com o ator), mas em uma experiência através da alteridade. Alteridade é para ser entendida aqui não como uma relação direta com qualquer coisa, mas como uma relação indireta e triangular por meio da qual a identificação teatral é substituída por um confronto bastante inseguro com um terceiro mediado, algo a que poderíamos chamar de o outro...."

Tradução de Rodrigo Carrijo. Colaboração de Rob Parker. Revista Questão de Crítica, Vol. VIII, n° 66, dezembro de 2015. ISSN: 1983-0300
http://www.questaodecritica.com.br/2015/12/estetica-da-ausencia/